O maior terremoto já registrado em Marte, conhecido como “marsquake”, ocorreu em 2022 e, agora, os cientistas finalmente descobriram a razão por trás dele. Inicialmente, acreditava-se que o marsquake, com uma magnitude de 4,7, poderia ter sido causado por um impacto de meteorito, já que seu sinal sísmico era semelhante aos de terremotos anteriores causados por impactos de meteoritos. Isso levou a uma busca internacional por uma nova cratera na época5.
Marte é menor que a Terra, mas tem aproximadamente a mesma área de superfície terrestre, pois não possui oceanos. Essa enorme quantidade de terreno – cerca de 144 milhões de quilômetros quadrados – teve que ser pesquisada. Para isso, os pesquisadores buscaram contribuições da Agência Espacial Europeia (ESA), da Agência Espacial Nacional Chinesa (CNSA), da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO) e da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos. Esta pode ter sido a primeira vez que todas as missões em órbita ao redor do planeta vermelho colaboraram em um único projeto, de acordo com a Universidade de Oxford5.
Após meses de busca abrangente na superfície marciana, os pesquisadores anunciaram na terça-feira que nenhuma cratera foi encontrada. Em vez disso, concluíram que o marsquake foi causado pela liberação de forças tectônicas do interior do planeta. Isso pode significar que Marte é mais sismicamente ativo do que entendemos5.
“Embora ainda acreditemos que Marte não possui tectônica de placas ativa hoje, este evento provavelmente foi causado pela liberação de estresse dentro da crosta de Marte. Esses estresses são o resultado de bilhões de anos de evolução; incluindo o resfriamento e a contração de diferentes partes do planeta em diferentes taxas”, disse Benjamin Fernando, que liderou a pesquisa, em um comunicado à imprensa. Fernando trabalha no Departamento de Física de Oxford5.
Agências espaciais como a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço e tecnólogos como Elon Musk falaram sobre planos para enviar astronautas a Marte. Com informações de estudos como este, podemos entender onde seria seguro para os humanos pousar em Marte e onde seria melhor evitar um lançamento5.
Os pesquisadores estão intrigados com o que essa descoberta significa para a pesquisa em Marte e também estão entusiasmados com o sucesso de uma colaboração em grande escala entre instituições. “Este experimento mostra como é importante manter um conjunto diversificado de instrumentos em Marte, e estamos muito satisfeitos por ter desempenhado nosso papel na conclusão da abordagem multi-instrumental e internacional deste estudo”, disse Daniela Tirsch em um comunicado6.