
Por Marcus Carvalheiro
Joinville terá que se adaptar às novas práticas urbanas a partir deste ano. É notória a adesão de crianças, jovens e adultos ao Pokémon GO, jogo liberado oficialmente no Brasil há duas semanas. O jogo é baseado na tecnologia de realidade aumentada e ainda não é possível calcular exatamente o seu impacto no mundo dos jogos, muito menos na vida urbana das grandes cidades.
Entretanto, já podemos observar alguns reflexos em grandes centros. Em Joinville, por exemplo, parques e praças estão recebendo não só jovens, mas públicos de todas as idades que não frequentavam esses lugares com tanta frequência. Com a nova prática, também surgem novas observações sobre rotas que, de acordo com os próprios entrevistados, eram usadas apenas como caminho para o trabalho ou escola.
“Faltam bancos”, “Falta iluminação pública”, “Faltam policiais”, esses são alguns dos relatos de pessoas que talvez antes não atentavam para o centro urbano como um espaço de entretenimento ou convivência.
Esta movimentação silenciosa, representada por pessoas portando celulares será capaz de instaurar novas políticas públicas voltadas para a infraestrutura urbana? Essa é uma pergunta audaciosa, mas que poderá ser respondida em breve. A tecnologia está aí, é inevitável que tenhamos reflexos. O melhor, agora, é aproveitar o desenvolvimento para que o Pokémon GO e outros futuros jogos não gerem apenas dores no pescoço, mas também sejam uma faísca para debater o ambiente urbano como algo que vá além de um local de passagem.
Prometo em outra oportunidade teorizar o assunto, inclusive já tenho aqui algumas conexões com textos como o Relatos de Espaço do Certeau, ou o recém indicado Não Lugares de Marc Augé. Talvez isso vire conteúdo para uma série de vídeos que pretendo incluir na Coluna Livre, ou em alguma outra coluna. Por hora, fica essa pequena introdução.
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